Biblioteca Pereira Caldas

Uma Biblioteca com História

Pereira Caldas e Gonçalo Sampaio

Trabalho do Prof. Doutor Manuel Miranda e da Doutora Cristiana Vieira, da Universidade do Porto 

 A Universidade do Porto apresenta uma carta que poderia ter sido redigida num momento conturbado, mas decisivo, da carreira profissional de Gonçalo Sampaio, que aos 31 anos, ainda aluno na Academia Politécnica do Porto e vacilando entre várias decisões e vocações, desabafa com o seu antigo mestre do liceu de Braga - o erudito José Joaquim Pereira Caldas -, de quem se tornou amigo e correligionário republicano. 

Gonçalo Sampaio - aluno do Liceu de Braga em 1881-1883 e 1889-1890

Pereira Caldas - Ilustre Professor do liceu de Braga até 1903

 À escuta em: https://www.up.pt/casacomum/ficcoes-botanicas/7-para-sempre-aluno/

Um Estudo sobre Pereira Caldas

No seguimento do estágio realizado na Escola Sá de Miranda, junto do acervo de Pereira Caldas, a Dr.ª Andreia Azevedo concluiu, com mérito e excelência, o seu Mestrado em Património Cultural na Universidade do Minho, sendo-lhe atribuído 18 valores. 

O Relatório de Estágio, cujo o título é: "Salvaguarda e Valorização do Património Bibliográfico: o caso do acervo de Pereira Caldas na Escola Sá de Miranda, em Braga.", encontra-se disponível para download no seguinte link:

https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/64755  


 

Abertura da Exposição de Pereira Caldas

No passado dia 26 de Abril, pelas 10h30, decorreu a cerimónia de abertura da Exposição organizada no âmbito do estágio da Mestranda Drª Andreia Azevedo. 

A cerimónia contou com a presença de diversas personalidades da cultura Bracarense, tais como o Dr. Joaquim Domingues, o Dr. Luís Martins (ambos investigadores de Pereira Caldas) o Dr. Elísio (Director da Biblioteca Pública) e por fim o Dr. José Cordeiro (orientador da Dr. Andreia).

Uma cerimónia prestimosa perante os contributos eruditos dos diversos convidados, que puderam ser testemunhados por um conjunto de alunos, convidados a assistir a este mesmo evento.

Houve ainda a oportunidade de ser dado a apresentar o Novo Catálogo do Espólio de Pereira Caldas, cuja a revisão foi levada a cabo pela Drª Andreia Azevedo sob a orientação da Drª Cândida Batista.

Exposição de Pereira Caldas

Uma amostra selecionada do seu espólio doado ao Liceu Bracarense

Decorrerá, de 26 de Abril a dia 8 de Maio, na Biblioteca Pereira Caldas, Escola Sá de Miranda, uma exposição do espólio de maior relevância de Pereira Caldas.

 A exposição será acompanhada da reprodução de anotações que Pereira Caldas ia fazendo nos seus livros, daremos, também, destaque a livros de maior relevância.

A abertura da exposição está prevista para as 10h30, será feita por figuras do meio cultural bracarense.

Esta exposição decorre de um trabalho minucioso, sobre o espólio de Pereira Caldas, elaborado pela estagiária Drª. Andreia Azevedo, investigadora no âmbito do Mestrado em Património Cultural, da Universidade do Minho, ICS, orientanda do Prof. Doutor José Cordeiro.

Contamos com a sua presença!

Visite a nossa exposição!

Estará aberta ao público de segunda a sexta das 10h30 às 17h.

Qualquer dúvida contacte via e-mail: pg34222@alunos.uminho.pt 

Visita dos alunos do 4º ano

Um momento na Biblioteca Pereira Caldas

Biblioteca Pereira Caldas
Biblioteca Pereira Caldas




Nos dias 7 e 8 de Março, os alunos do 4º ano do Agrupamento de Escolas Sá de Miranda visitaram a Biblioteca Pereira Caldas. Foram recebidos pela Professora Bibliotecária Cândida Batista e pela Drª Andreia Azevedo, estagiária da Universidade do Minho.

Foi-lhes contado como preservar os livros; a importância do património bibliográfico; manuseamento de manuais escolares antigos; visualização dos livros em tratamento devido aos danos por humidade e observação da doação de Pereira Caldas.

Os alunos puderam passear por toda a Biblioteca, observando e perguntando aquilo que lhes deu curiosidade.

Visita dos alunos do 6º ano

Um momento na Biblioteca Pereira Caldas

No dia 15 de Março, os alunos do 6º ano do Colégio Leonardo da Vinci visitaram a Biblioteca Pereira Caldas. Foram recebidos pela Drª Andreia Azevedo, estagiária da Universidade do Minho.

Foi-lhes contado como preservar os livros; a importância do património bibliográfico; manuseamento de manuais escolares antigos; visualização dos livros em tratamento devido aos danos por humidade e observação da doação de Pereira Caldas.

Os alunos puderam passear por toda a Biblioteca, observando e perguntando aquilo que lhes deu curiosidade.

Encontro " Preservar a Memória(I)Material da Escola"

Oficina - As Memórias da Biblioteca Pereira Caldas - como preservar e divulgar"  Dinamizadores: Cândida Batista, Carlos Roncon e José Augusto Ribeiro

Decorreu, a 16 e 17 de Novembro, nas instalações da Escola Sá de Miranda, o Encontro Preservar a Memória (I) material da Escola.

Este Encontro foi constituído por conferências de convidados, comunicações e oficinas centradas nas seguintes áreas: Manuais escolares, Bibliotecas, Arquivos, Aparatos experimentais e outros materiais de ensino, Construção material da Escola e Memória(s).

A Escola Sá de Miranda, com 182 anos de existência, detém um espólio bibliográfico, museológico e arquivístico de valor(i)material incalculável. De entre o valioso espólio que Pereira Caldas, professor desta instituição entre 1846 e 1903, legou, encontra-se um livro datado de 1540.


Depois de uma breve contextualização do local, foi abordado o tratamento documental de uma pequena parte do espólio bibliográfico - Os Manuais Escolares, de 1875 a 1975, momento seguido da análise e manuseamento de manuais escolares de diversas áreas, percorrendo 100 anos da história pedagógica do nosso país e das memórias da Escola

No âmbito deste Encontro, o Doutor Carlos Fiolhais e o Doutor Justino Magalhães estiveram na Biblioteca Pereira Caldas

O Doutor Justino Magalhães e o Doutor Carlos Fiolhais interessaram-se pela Biblioteca, em geral, e por alguns livros, em particular

O Doutor Carlos Fiolhais manifestou o seu apreço pelo nosso espólio Bibliográfico

Bandeira da Academia do Lyceu Nacional Central

Braga

Antiga Bandeira da Academia do Lyceu Nacional Central de Braga, posteriormente Liceu Sá de Miranda e hoje Escola Sá de Miranda.



Pereira Caldas: Um Espólio, uma Homenagem

Pereira Caldas, Professor do Lyceu Bracarense durante o século XIX. Uma figura de uma cabal importância para esta Intuição de Ensino com 183 anos, é agora homenageado através da atribuição do seu nome à Biblioteca Antiga. Um espaço onde se respira a história, património, cultura e particular identidade da Escola Sá de Miranda.

A Biblioteca Pereira Caldas (Biblioteca Antiga da Escola Sá de Miranda) tem dois pisos , alberga 15.000 volumes, havendo, no reservado, cerca de 2000 volumes, divididos em três estantes no piso superior. Denote-se que entre estes 2000 volumes, apenas 573 pertencem à doação de Pereira Caldas.

Estas coleções bibliográficas podem ser consultadas, bastando para isso fazer um pedido, justificando os motivos pelos quais se quer consultar, e o exemplar é levado para a Biblioteca Nova, por um funcionário, ficando aí à disposição do investigador. Estes cuidados prendem-se com o facto de estarmos perante livros antigos - estas coleçoes datam dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX - que na sua maioria representam o que de melhor havia na Europa culta do tempo. O nosso livro mais antigo data de 1540, em Latim, e resulta da doação do patrono da Biblioteca, antigo professor desta Instituição -  José Joaquim da Silva Pereira Caldas. A maioria de todos os exemplares bibliográficos estão em boas condições.

Veja em Power Point - A História do Livro e das Bibliotecas

História do Livro e das Bibliotecas(definitivo).ppt (2,1 MB)


Sobre José Joaquim Pereira Caldas(1818-1903)

  • José Joaquim Pereira Caldas, 1818-1903, professor do Liceu de Braga, figura incontornável da cultura, da cidade de Braga e desta Instituição, deixou-nos, em doação, um conjunto de obras valiosíssimas de que nos orgulhamos, que preservamos e queremos divulgar.
    Pereira Caldas possuía uma Biblioteca pessoal riquíssima. Luís Vaz de Freitas in "Braga em 1875" diz o seguinte sobre a Biblioteca de Pereira Caldas «Bibliotheca. A Bibliotheca Publica, estabelecida no convento dos Congregados, é composta de uns 12:000 volumes, e contém obras rarissimas.
    Entre as livrarias particulares torna-se digna de menção a do snr. dr. Pereira Caldas. Esta livraria é selecta e uma das melhores do reino.»
    Maria Virgílio Cambraia Lopes, in Crónicas Bracarenses de Rafael Bordalo Pinheiro afirma «Rafael Bordalo Pinheiro traça uma caricatura elogiosa representado o Dr. Pereira Caldas em 5 de Junho de 1884, em que o apelida de "cavalheiro amabilissimo, professor muito distincto
    e senhor d'uma das mais notaveis livrarias.»
    Ora, parte desta notável livraria encontra-se no reservado da Biblioteca Antiga da nossa Escola. o Livro mais antigo, desta doação, remonta a 1540, cujo título é o seguinte: [Ilias] - Poetarum omnium seculorum longe principis, de Homero, publicado em Basileae: In officina Roberti Winter.
    Pereira Caldas colocava, em todos os seus livros, um selo branco com as seguintes indicações - Pereira Caldas - Professor Bracarense.
    Podemos, também, verificar que são colocadas anotações manuais pelo próprio.
    Numa primeira fase, recolhemos todos os livros que tivessem o selo branco, numa segunda fase procedemos à catalogação, colocando na cota PC, sigla que significa Pereira Caldas. Digitalizamos, também, a página de rosto de alguns livros pertencentes a este espólio. todo este trabalho de recolha, catalogação e digitalização contou com o empenho e colaboração de uma equipa, entre eles a Dra. Fátima Costa e D. Alice que estiveram na catalogação, a Dra. Carla Machado que esteve na digitalização, a Dra. Elisa que esteve na recolha e revisão deste prospeto. Queremos, também, agradecer ao Dr. Joaquim Domingues pela partilha do seu saber, revelado no aperfeiçoamento deste prospeto, e da sua sensibilização para a importância do espólio de Pereira Caldas, ao Dr. Luís Martins por sempre se ter interessado pela Escola Sá de Miranda, e pela Biblioteca. Interesse patente no artigo que gentilmente cedeu e que está incluído neste prospeto e num trabalho que realizou e apresentou recentemente, denominado "De Gutenberg ao Ciberespaço - um olhar sobre a Biblioteca do Liceu / Escola Sá de Miranda". o artigo cedido pelo Dr. Luís Martins, professor aposentado desta Instituição, "No 1.ºCENTENÁRIO DA MORTE do DR. PEREIRA CALDAS (1903-2003)" sábio professor, bibliófilo notável, democrata ardente" é uma belíssima introdução para este prospeto, assim como o artigo da autoria do Dr. Joaquim Domingues. Ainda nesta fase inicial, temos dois textos da autoria de Pereira Caldas, sendo o 1º um poema, dedicado à filha falecida e o segundo um excerto de "Apontamentos gerais sobre os mais notáveis objectos que podem atrair  as atenções de SS. MM. FF., na sua viagem pelo distrito de Braga em 1852".
    «É o distrito de Braga o mais meridional dos dois governos-civis «o de Braga e o de Viana do Castelo», em que se acha dividida - administrativamente - a actual provincia do Minho; (a qual tem 14 léguas de comprido e 12 de largo no máximo) (...) o clima do distrito em geral é agradável e salubérrimo. (...) o carácter genérico dos habitantes do distrito é alegre, franco, industrioso e laborioso, e muito patriarcal ainda nas inocentes habitações do campo; com notável polidez e mansidão, (...) têm eles, por via de regra, um temperamento misto do nervoso e do chamado bilioso, com intermediações do sanguíneo (...); e com a fisionomia característica dos povos meridionais e uma estatura proporcionada. - Às vezes aparecem homens, que são verdadeiros e perfeitos atletas; e algumas moças do campo, com a mais linda carnadura e as formas mais esbeltas. (...) A indústria é pouco desenvolvida em geral. - Há todavia no distrito muitas fábricas de curtumes, calçado, tecidos, chapelarias, ferragens, doce mimoso, papel, fiação de algodão, olarias e outros variados objectos. (...)»
    Joaquim Pereira Caldas In Apontamentos gerais sobre os mais notáveis objectos que podem atrair as atenções de SS. MM. FF., na sua  viagem pelo distrito de Braga em 1852.

  • PÁTRIA

    Eram patria e familia meu empenho,
    N`esta vida mortal em que nasci:
    Desde o finado abril só patria tenho;
    o meu anjo do lar então perdi!
    É mesta, amargurada, a vida agora,
    Como negro o porvir da patria está:
    Mas na vida, e na morte, acerba embora,
    Nos lábios PATRIA, PATRIA, a voz dirá!

  • Não posso mais dizer! nem mais dissera,

  • tivesse eu de Stentor gigantea voz,

    E moto persistente aos lábios dera!
  • Liremol-a, com Deus, de queda atroz!

    Seremos com fulgor,
  • NA LUSA ESPHERA,

    Livres, eguaes, fraternos sempre nós!

  • Braga, 12 de Novembro de 1882

  • O Professor do Lyceu Pereira Caldas In "um Brinde Ás Damas Bracarenses", oferecido no primeiro de Dezembro de 1882


 PROFESSOR PEREIRA CALDAS por Joaquim Carneiro Domingues


  • A transição do século dezoito para o dezanove marca a mais profunda crise na história de Portugal, a ponto de, um século depois, assassinado o rei e o príncipe herdeiro, parecer inevitável romper com as duas instituições que tinham estruturado e garantido a identidade do povo português: a Igreja e a monarquia. A instabilidade política, social e mental em que há dois séculos vivemos, propiciou contudo o aparecimento de algumas personalidades singulares que, noutras circunstâncias, se teriam mantido talvez discretas, caso não brilhassem nas ordens tradicionais. É essa uma das razões da complexidade de um período tão recheado de sucessos, movimentos e individualidades, como de conflitos, contradições e errâncias.
    Braga, onde o poder eclesiástico e real se respaldava numa aristocracia de longa data, acompanhou reticente os movimentos polarizados no Porto e Lisboa, onde a burguesia foi crescendo em fortuna e poder. Capital de província desde a ocupação romana, sem grande expressão demográfica, pouco se esmerou no culto, noutros meios tão intenso, dos valores próprios, mormente os pessoais. Sendo certo que boa parte deles era de fora-parte, como foi o caso de Pereira Caldas, aqui colocado como professor régio de um liceu ainda em fase de gestação.
    Ciente dos seus méritos, que a nomeação oficial atestava, a vincada individualidade do seu perfil de liberal há-de ter suscitado a suspicácia de um meio assaz conformista, senão conservador. o professorado liceal, onde aliás não faltavam ex-padres e antigos seminaristas, formava a nova clericatura que, num tempo em que crescia o anticlericalismo, preparava os espíritos para uma ordem na qual a crença na racionalidade científica e técnica primava sobre a fé religiosa. A conflitualidade latente ou patente, como a dos escritos de Borges Grainha, seu colega, ainda que por poucos anos, atingia por vezes foros de escândalo, qual o da agressão, em 1872, no Campo de Santa Ana, hoje Avenida Central, ao professor de Filosofia e secretário do Liceu, Manuel Pinheiro de Almeida e Azevedo.
    Mais ousado social e politicamente do que o colega, a invulgar cópia de conhecimentos de Pereira Caldas, se o não fez querido pelos alunos, granjeou-lhe no entanto o respeito e o apreço gerais. Bem merecidos, até pelo desvelo que lhe merecia o Liceu, do qual se ufanava
    de ser, não apenas professor, mas o deão ou decano; certo do ascendente conquistado pelo modo como, ao longo dos muitos anos lectivos, nele fora imprimindo a sua marca pessoal. Isso mesmo ressalta da generosidade com que o quis enriquecer e opulentar até, doando-lhe o invulgar conjunto bibliográfico, que em boa hora a colega Cândida Batista tomou a iniciativa de catalogar à parte, para exemplo e quiçá emulação de uma casa, que nem sempre tem preservado e promovido como podia e devia os elementos característicos da sua identidade, por sinal bem marcante, tanto no âmbito do ensino como no da vida social e cultural da cidade e da região.
    Observarei apenas que, no conjunto das centenas de títulos recenseados, escasseiam precisamente os do próprio Pereira Caldas, cuja prolixa bibliografia tem desesperado alguns especialistas, tão larga e diversificada ela é, apesar de constituída em geral por textos de pequena extensão, com tiragens que por vezes se contam pelos dedos das mãos. Na verdade, eles mais se enquadram no conceito da polimatia do que no da enciclopedia, ou seja, se dão conta dos muitos conhecimentos acumulados e desenvolvidos pelo erudito professor, carecem daquela articulação teórica que, enlaçando os diferentes domínios do saber, os ordenam e harmonizam numa unidade razoada.
    Resultado da decadência dos estudos filosóficos e teológicos decorrente das reformas pombalinas; sem notório proveito, aliás, para o progresso das ciências exactas, naturais e humanas ou das respectivas técnicas.
    Exemplo curioso do seu estilo, da amplitude dos interesses e leituras do bibliófilo, de que tantos subsídios constam no Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da Silva, é o título: Cartas do Professor Pereira-Caldas do Lyceu Nacional Bracarense ao antigo discipulo mathematico Candido de Figueiredo, alumno distincto da universidade de Coimbra: com a apreciação litteraria da sua versão poetica do episodio da epopea sanscrita Râmâyana, A Morte de Yadjnadatta, avaliada à luz da analyse philologica do texto original, Braga, 1874, 8+24+26 p. Elogiando embora o antigo aluno, o mestre não deixa de apreciar criticamente o seu trabalho, indicando-lhebibliografia actualizada e propondo correcções várias à tradução de quem, por sinal, haveria de ser autor de um dos mais conceituados
    dicionários da língua portuguesa. também eu aproveitei da sua imensa erudição, graças ao artigo "um nosso poema inedito. A Lusiphneida", saído no primeiro volume de o Instituto (uma das raridades da biblioteca do Sá de Miranda), sobre o raríssimo manuscrito da obra de Fr. Manuel de Santa teresa e Sousa, cuja publicação não logrou levar a cabo.
    Inútil, porém, seria evocar o passado se ele não servisse de estímulo presente à nossa esperança no futuro. Fossem quais fossem os méritos e deméritos do professor Pereira Caldas, importa acima de tudo atentar no seu exemplo de dedicação à profissão docente, aos valores colectivos e à cultura portuguesa, ainda que em circunstâncias muito diferentes das nossas actuais. A escola é, antes de mais, o lugar e sobretudo o tempo do encontro entre pessoas que, graças a realidades tão subtis, que escapam ao controle dos burocratas, se moldam mutuamente, renovando o espírito que identifica um povo, para mais tão aberto e resistente como é o português. tal como a letra morta dos livros espera a luz dos olhos que lhes dê vida nova e mais alta, também o professor que transmite o saber que recebeu e fez seu, só cumprirá a sua missão se encontrar a energia de quem lhe venha a dar uma projecção futura que ele mal pode adivinhar.

NO 1.º CENTENÁRIO DA MORTE DO DR. PEREIRA CALDAS (1903-2003)

"sábio professor, bibliófilo notável, democrata ardente"  por Luís Carlos Coelho Martins*


  • José Joaquim da Silva Pereira Caldas, ou simplesmente Pereira Caldas, foi professor bracarense, como se lê no seu ex-libris. De facto  tomou posse, como professor, no Liceu Nacional de Braga, de acordo com o relato de uma ata: No dia 21 do mês de Novembro de 1846, nesta cidade de Braga e Secretaria do Liceu Nacional, estando presente o Rei¬tor do mesmo Liceu António Maria Pinheiro, compareceu José Joaquim da Silva Pereira Caldas que apresentou uma carta régia pela qual se mostrava nomeado professor proprietário e vitalício da
    cadeira de Aritmética e Geometria e das primeiras noções de Álgebra. Conferida a posse, entrou desde logo no exercício das suas funções.
    Pereira Caldas era natural das Caldas de Vizela, freguesia de S. Miguel, onde nasceu a 26 de Janeiro de 1818 e foram seus pais António Pereira da Silva, senhor da casa e quinta de Sob-Carreira, professor público do ensino primário, e de D. Maria José Álvares, senhora da casa e quinta da Barrosa, ambos da mesma freguesia de S. Miguel das Caldas. o jovem José Joaquim da Silva Pereira Caldas fez os estudos secundários em Guimarães, com as mais elevadas classificações. Em 1835, apenas com 17 anos, matriculou-se na universidade de Coimbra (a única existente no País), onde foi aluno distinto. Durante os seus cursos na universidade de Coimbra, recebeu prémio pecuniário no terceiro ano da faculdade de Matemática, (1839-1840) e no primeiro e segundo ano de Medicina (1842-43 e 1843-44); e acessit, classificação escolar correspondente ao segundo prémio, no quarto ano da faculdade de Matemática. Em Coimbra obteve o bacharelato em Matemática, Filosofia e Medicina. Ao frequentar o quarto ano de Medicina, no ano letivo de 1845-46, foi provido, em concurso público, na cadeira bienal de Matemática e Filosofia Racional no Liceu Nacional de Leiria.
    Daqui transitou para o Liceu Nacional de Braga, em 1846, onde foi empossado na cadeira de Aritmética e Geometria e de primeiras noções de Álgebra, aparecendo mais tarde também com a designação de professor de Matemáticas Elementares.
    Por ocasião do movimento revolucionário que convulsionou o País em 1846 e 1847, o distinto professor, levado pelos seus sentimentos patrióticos e progressistas, pôs de parte os livros e foi alistar-se no exército da Junta do Porto, onde se distinguiu por atos de valor.
    Organizou o núcleo de um batalhão popular, conhecido depois pela denominação de Polacos do Minho e comandou o batalhão popular de voluntários de Guimarães. o excelente desempenho na organização desta milícia popular, na qualidade de comandante deste batalhão, mereceu-lhe os encómios no "Hymno patriotico ao valente batalhão de Guimarães". Como consta do Nacional e de outros periódicos políticos do Porto interveio em várias ações arriscadas sempre com o maior bravura. Por ocasião da insurreição de 1846, tem ainda tempo  para voltar de novo a Coimbra e aí proceder ao "disciplinamento" da 2ª Companhia do Batalhão Académico na luta contra os Cabrais. Nesta Companhia estava também alistado seu irmão António Pereira da Silva Caldas que mais tarde foi professor oficial nas Caldas de Vizela. E,
    terminada a guerra civil, como continuasse no sistema de aberta oposição aos ministérios que se seguiram, foi suspenso do exercício do professorado em Braga, sendo mandado transferir para o Liceu de Leiria, ao que se recusou, não saindo de Braga, até ser reintegrado no referido exercício pelo Duque de Saldanha, quando triunfou o movimento de Abril de 1851. Saudando esta vitória, o Dr. Pereira Caldas escreveu e declamou os "Sonetos encomiásticos ao Duque de Saldanha no teatro de S. João do Porto, na ocasião da victoriação do movimento político da Regeneração". Foram depois publicados nos jornais portuenses Nacional e Ecco Popular de Maio de 1851 e impressos para serem espalhados no teatro e distribuídos pelos amigos do autor. A este propósito publicou também uma "Declaração da minha missão clubista com os inferiores do 8 de infantaria, e do 7 de caçadores para o pronunciamento regenerador de Braga no movimento político de 1851".
    Em 1856, o Dr. Pereira Caldas encontrava-se de luto pela morte de sua esposa; do seu casamento tinha nascido uma menina, a Idalina que veio a falecer ainda em vida do pai, a 18 de Abril de 1882. À memória saudosa de Idalina Augusta Pereira Caldas, endereça neste dia o pai desolado, assimilando-as como suas, estas frases afetuosas de Camões, com a versão italiana inédita... pelo conselheiro António José Viale. A versão é a do soneto "Alma minha gentil, que te partiste ".
    O Dr. Pereira Caldas, então com sessenta e quatro anos, sofreu imenso com o desaparecimento da sua única filha. Queixa-se amargamente de estar só, sem ter ninguém que lhe cerrasse os olhos na hora da morte visto que já em Julho de 1856, como se referiu, Pereira Caldas se encontrava de luto pela morte de sua esposa. Confessará mais tarde que apenas conseguiu atenuar a sua dor com "as horas de estudo e as crenças da infância". 
    Era um homem culto, dotado de um saber abrangente. o seu mérito é reconhecido por várias instituições nacionais e estrangeiras.
    Basta lançar os olhos para o elenco de instituições que o tiveram como associado: sócio honorário da Sociedade Farmacêutica Lusitana e da Academia das Belas-Artes de Lisboa; sócio correspondente do. Instituto de Coimbra, da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, do Instituto. Médico Valenciano, da Sociedade Farmacêutica do Rio de Janeiro, da Associação. Industrial Portuense, do Centro promotor dos melhoramentos das classes industriosas de Lisboa; associado provincial da Academia Real das Ciências de Lisboa; sócio honorário da Sociedade Martins Sarmento, membro do Congresso dos orientalistas de Londres, sócio efectivo da Associação Agrícola de Braga e correspondente de outras da mesma espécie no continente do Reino e nas Ilhas dos Açores; membro de várias outras Associações literárias,  industriais e filantrópicas, nacionais e estrangeiras. Poderá parecer estranho vermos o Dr. Pereira Caldas ligado à Associação Agrícola de Braga, mas os circunstancialismos históricos ajudam a clarificar a situação. Na verdade a epidemia que grassava nas videiras das ilhas e do  continente português, em meados do século XIX, levou a uma tomada de posição da Academia Real das Ciências de Lisboa e da Sociedade Farmacêutica Lusitana de que era membro o Dr. Pereira Caldas. Em Julho de 1854 foi nomeada, na Administração do concelho de Braga, uma Comissão de exame da moléstia das videiras, tendo sido eleito secretário da mesma o Dr. Pereira Caldas.
    Aliava um saber matemático a uma rica e sólida formação nas Letras Clássicas e na Medicina. Se por um lado os conhecimentos matemáticos lhe permitiram elaborar a planta das ruínas romanas das Caldas das taipas e da cidade de Braga em meados do século XIX, planta esta que viria a ser litografada em 1857, no Rio de Janeiro, por outro lado os seus conhecimentos das letras latinas permitiram-lhe ser um perito no domínio de epigrafia, lendo e traduzindo várias lápides e inscrições romanas da região bracarense. Aquando da realização de um Congresso Antropológico, em Lisboa, o Dr. Pereira Caldas conseguiu trazer até ao norte um grupo de congressistas para participarem, a 4 de Novembro de 1876, numa conferência arqueológica na Citânia de Briteiros. A convergência de interesses culturais na área da  arqueologia e a amizade com o Dr. Martins Sarmento conduziram a uma estreita colaboração entre o Dr. Pereira Caldas e este distinto arqueólogo. A 9 de Julho de 1877 é criada a Associação Arqueológica Martins Sarmento cujo projeto de estatutos fora elaborado pelo sábio
    professor bracarense. o seu saber na área da Medicina leva-o a fazer múltiplos estudos sobre o poder curativo das águas termais do Minho e até da Galiza. A título exemplificativo registe-se o "Ensaio analítico das águas férreas de S. tiago de Fraião nos subúrbios de Braga". Deste trabalho fizeram menção honrosa entre outros jornais a Revista Popular de Lisboa (1851); o Jornal da Sociedade Pharmaceutica Lusitana; a Gazeta Médica do Porto; a Revolução de Septembro (1851). o dito trabalho é também conhecido em Espanha, como se vê no tratado completo de las fuentes minerales de España de D. Pedro Maria Rubio, Madrid, 1853. É em resultado da avaliação crítica deste Ensaio analítico e mais obras do autor publicadas até 1855, que o Instituto Médico Valenciano, em junta geral científica de Junho desse ano, depois de ouvido o parecer de uma comissão especial, votou agradecimentos nas atas ao professor de Braga, nomeando-o em seguida seu sócio correspondente: sendo esse galardão científico honrosamente mencionado no Jornal da Sociedade Pharmaceutica Lusitana, 1856 e no Bracarense de 6 de Junho do dito ano. No referido Ensaio queixava-se o autor da intenção malévola que havia em Fraião de inquinarem as águas férreas nas suas qualidades e nos seus efeitos curativos. E pelo que se lê no Bracarense de 28 de Junho de 1859, vê-se que tal propósito não tinha sido ainda abandonado, mistu¬rando-se àquelas outras águas com enxurros e entulhos que as deterioravam a ponto de perderem suas virtudes, e ficarem totalmente diferentes do que eram.
    Já iam longe os anos em que cursou Medicina em Coimbra, mas isso não o impedia de continuar a dedicar-se a estes estudos. Publicou em 1859 a obra "Importância prática do processo urinológico de Barreswil na análise química das urinas diabéticas, justificada à luz da razão e da observação, com as autoridades mais valiosas da ciência". Acerca desta obra saiu na Gazeta Médica do Hospital Real de Santo António do Porto, em 1859, um juízo crítico do médico-cirúrgico António Vieira Lopes, onde se lê: «o livro do Sr. Pereira Caldas é um trabalho consciencioso e de um inquestionável merecimento, compilando o que se acha disperso numa imensidade de volumes... com a subtileza de um espírito indagador... Se o Sr. Pereira Caldas não tivesse já estabelecida uma só¬lida reputação na imprensa, bastariam os seus trabalhos sobre diabetes para lhe granjear, pela sua utilidade e importância médica os foros de escritor elegante e consciencioso e de médico distinto.» Sobre este mesmo assunto é publicado na referida Gazeta um outro artigo do Dr. Pereira Caldas sob a epígrafe "utilidade das águas sulfúreas na diabetes".
    Podemos afirmar que o Dr. Pereira Caldas, trabalhador incansável, foi um polígrafo. Na verdade há dezenas de registos de títulos de publicações suas quer no Dicionário Bibliográfico Português, quer nos arquivos da Biblioteca Nacional. Infelizmente poderemos relembrar aqui o que já escrevia, acerca de cinquenta anos, Aníbal Mendonça: "A sua memória está hoje já esquecida quase de todo - as dezenas de folhetos e documentos avulsos que produziu, e alguns deles são raridades preciosas, jazem num abandono tumular, sem procura nem consulta". E ajunta mais adiante: "Naturalista, investigador, arqueólogo, historiógrafo, matemático, economista, filósofo, crítico, poeta, jornalista, o Dr. Pereira Caldas era dotado de aptidões raras e de conhecimentos enciclopédicos, sendo, por isso, um vulto curiosíssimo
    do seu tempo"5 e, acrescentamos nós, digno de que a sua memória fosse reavivada. A sua produção literária mereceria certamente um estudo, não tanto pela largueza de cada obra, pois trata-se sobretudo de opúsculos e artigos em jornais e revistas, mas pela variedade
    temática, pela oportunidade dos assuntos em cada momento histórico ou pela relação com as tradições locais. Vejam-se, por exemplo, os artigos "Costumeiras antigas sobre o S. João em Braga" ou "Visita devota ao majestoso santuário do Bom Jesus do Monte, nos subúrbios de
    Braga". Elaborou um curioso roteiro turístico do Minho aquando da visita real a esta região "Apontamentos gerais sobre os mais notáveis objetos que podem atrair as atenções de SS. MM. FF., na sua viagem pelo distrito de Braga em 1852".
    Em Braga onde passou a maior parte da sua existência, tantas vezes atribulada, de cientista., de intelectual, de político, ensinando, escrevendo artigos sobre artigos, publicando opúsculos sobre opúsculos, divulgando corajosamente as suas opiniões e as suas reflexões sobre os mais variados temas, acendendo polémicas, com o seu presto e cáustico espírito critico, entesourando milhares de volumes de toda a espécie na sua valiosíssima livraria particular, que se distinguia sobretudo pela vasta bibliografia, nela reunida e amorosamente classificada, concernente a Luís de Camões e à sua obra. Era, com efeito, um fervoroso camonianista, que não se cansava de demonstrar o seu culto por tudo quanto dissesse respeito ao nosso épico e grande lírico.
    Por ocasião do terceiro centenário da morte de Camões, em 1880, publicou vários artigos sobre episódios d`os Lusíadas e sobre a lírica camoniana. Conta-se até que ao desfilar no cortejo cívico do 10 de Junho de 1880, em Lisboa, o Dr. Pereira Caldas chamou a atenção dos muitos espectadores pela quantidade de medalhas honrosas que lhe adornavam o peito e que cintilavam com o Sol.
    Cursou Ciências Matemáticas, Filosofia e Medicina, mas escreveu versões latinas de sonetos camonianos, nomeadamente o conhecido soneto "Alma minha gentil que te partiste". Publicou artigos sobre a correspondência de vários calendários em uso no mundo, sobre o mosteiro de Rendufe aquando do incêndio que o devorou a 29 de Julho de 1877. Por ocasião do regresso do Regimento de Infantaria n.º 8 de Braga das campanhas vitoriosas em África proferiu um discurso de felicitações. Era um homem de tal forma erudito que tanto escrevia uma "Súmula noticiosa das espécies de chás", como publicava um outro artigo sobre a origem e criação da "Música árabe". No Liceu Nacional de Braga proferiu quatro "orações Escolares", isto é, os habituais discursos na abertura solene das aulas, nos anos letivos de 1872/73 - 1874/75 - 1876/77 - e em outubro de 1886.
    A sua figura polémica, que ultrapassou com o seu universalismo cultural os diminutos limites da cidade e do distrito, e a Sociedade Democrática e Recreativa de Braga de que era um dos expoentes máximos, foram objeto de uma das Farpas de Ramalho Ortigão e Eça. Também não escapou ao traço caricatural de Rafael Bordalo Pinheiro.
    O Dr. Pereira Caldas fez ainda parte do elenco de colaboradores de jornais e revistas, designadamente da revista "A Alvorada", revista cuja redação e administração estava sedeada em Vila Nova de Famalicão. Nela publicou um artigo sobre epigrafia, um outro sobre o "Sistema Solar" e encontramos ainda publicada uma poesia sua, datada de Janeiro de 1862, embora a revista só tenha começado a ser publicada em 1885. os artigos aparecem assinados com a designação de Professor do Lyceu e o Decano do Lyceu Bracarense A coleção que tive oportunidade de consultar apresenta um aspeto relevante. A revista era enviada pelo correio para os seus assinantes, fechada num invólucro onde constava o endereço. ora alguns exemplares dos invólucros contêm ainda o endereço e até o selo postal. Neles pode ler-se
    "Dr. Pereira Caldas - Braga". Não era necessário indicar a rua nem o número da porta do Dr. Pereira Caldas para que as revistas fossem recebidas por ele. Sabemos que, quando faleceu, residia na Rua das Águas, nº 148, em Braga. A rua tem hoje a designação de Avenida da Liberdade e correspondia ao troço compreendido entre o turismo e a Rua 25 de Abril.
    Bibliófilo notável, professor de reconhecida competência, era consultado pelos homens mais eruditos e por investigadores das mais diversas áreas do saber quer do País quer do estrangeiro. Recorde-se que aquando da visita a Braga, em 1861, de Emílio Hübner, arqueólogo, filólogo e epigrafista alemão, este travou conhecimento com o Dr. Pereira Caldas e passaram a corresponder-se frequentemente. Na sua obra, Hübner refere-se-lhe largamente. Numa carta que o Dr. Pereira Caldas dirige a um amigo, fala da sua própria biblioteca, referindo ser hábito seu colocar à disposição de todos os estudiosos os seus livros. E acrescenta "por muitos estudiosos do país, e não poucos de fora dele, é de contínuo frequentada a minha livraria, onde eles acham subsídios literários, que por vezes não encontram em nenhumas outras". Enumera depois alguns livros portugueses e estrangeiros existentes na sua livraria, referentes a assuntos de epigrafia.
    A "opulenta livraria" do Dr. Pereira Caldas, como lhe chamou Albano Bellino, estava avaliada na época - finais do século XIX, princípios do século XX - em muitos contos de reis. No desejo de que ela fosse conservada depois da sua morte, o Dr. Pereira Caldas propôs a uma das vereações camarárias bracarenses do tempo da monarquia, cedê-la ao município, mediante uma pensão anual enquanto vivo; mas a proposta não foi aceite pela edilidade.
    A Biblioteca do Liceu Nacional Central de Braga, de que hoje é herdeira a Escola Secundária de Sá de Miranda, recebeu apenas umaEscola Sá de Miranda ' Biblioteca Antiga pequena parte, certamente significativa, da "opulenta livraria" do Dr. Pereira Caldas. os livros mais antigos e as melhores e mais ricas edições dos clássicos portugueses e greco-latinos e ainda alguns exemplares de História existentes no espólio da Biblioteca desta Escola são provenientes dessa "opulenta livraria". A obra Liceus de Portugal, recentemente publicada, refere que vários professores fizeram ofertas ao Liceu, destacando-se de entre eles o professor Pereira Caldas que, além de várias centenas de livros, deu uma quantidade apreciável de instrumentos científicos e coleções de materiais.
    Na Biblioteca Pública de Braga encontram-se alguns títulos escritos pelo próprio Dr. Pereira Caldas e alguns exemplares que foram pertença sua. A efeméride do primeiro centenário da sua morte foi assinalada, oportunamente, pela Biblioteca Pública de Braga através de uma das suas atividades, dando o merecido "Destaque" com recurso a uma significativa exposição biobibliográfica, encimada por uma fotografia do Dr. Pereira Caldas. Algumas das obras referidas foram oferecidas pelo próprio autor à Biblioteca Pública e outras aparecem assinaladas com o seu ex-libris: "Pereira Caldas - Professor Bracarense". Muito do seu acervo bibliográfico encontra-se na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, mas constata-se que há muitas obras da sua valiosa biblioteca cujo paradeiro se desconhece. Na Biblioteca Nacional, para além de se encontrarem arquivados muitos dos seus opúsculos, regista-se também a existência de vários exemplares que fizeram parte do seu espólio bibliográfico.
    Pressentindo aproximar-se o fim dos seus dias, redigiu uma minuta, escrita por ele próprio, onde constituiu seu herdeiro universal, o sobrinho paterno Dr. Bráulio Caldas, advogado no Auditório de Guimarães. Embora esta minuta não tivesse valor jurídico, porque não tinha valor de testamento, parece ter sido aceite pelos restantes familiares, segundo relatos da época.
    A 26 de Janeiro de 1898, já com oitenta anos, vê o seu nome inscrito numa das ruas da sua terra natal, na freguesia de S. Miguel, em Caldas de Vizela.
    Veio a falecer em Braga a 19 de Setembro de 1903. Na referida minuta manuscrita, determinava que queria ser enterrado no cemitério da cidade de Braga, sem aparato, levando nas mãos o crucifixo que trazia ao peito. Não era fácil, para as entidades de então, dar cumprimento ao desejo expresso pelo extinto, ao pretender uma cerimónia fúnebre "sem aparato", dada a figura proeminente do Dr. Pereira Caldas. Do portão do cemitério até à capela, organizaram-se três turnos, constituídos por autoridades civis, académicas e militares, para pegarem às borlas do caixão. Foi o cónego Correia Simões, reitor do Liceu de Braga que recebeu a chave do caixão. Para além dos familiares, entre os quais o Dr. Bráulio, dos colegas do Liceu e de muitos dos seus antigos alunos, esteve presente uma deputação do Partido Republicano de Braga que depôs uma coroa de flores.
    Embora nascido nas Caldas de Vizela, dizia-se filho adotivo da cidade de Braga. A Câmara Municipal de Braga, não esquecendo o que este filho adotivo realizara ao longo de uma duradoura e profícua vida nesta cidade, determinou celebrizar a sua memória, nove anos após a sua morte, ao atribuir também a uma das artérias da cidade o nome do Dr. Pereira Caldas. Na sessão da Câmara de trinta e um de outubro de 1912 foi apresentada a atribuição do nome do Dr. Pereira Caldas à rua transversal que liga o largo dos Remédios com a avenida da Liberdade. o proponente apresentou "uma larga justificação" para fundamentar a sua proposta, resumida nestas palavras: "sábio professor, bibliófilo notável, democrata ardente". Em 1912 era já o Portugal republicano que prestava uma "homenagem sincera de muito respeito e admiração" a este "democrata ardente" que, em 1872, escrevia sobre a "Liberdade" e intervinha, em Dezembro de 1879, nas "Conferências da Sociedade Democrática de Braga". A referida rua está situada num dos principais pontos da cidade: é a rua que, entre os Correios e o teatro Circo, desemboca na avenida da Liberdade. A vinte e quatro de Fevereiro de 1944, em plena época de ascensão do salazarismo, alguém pensou alterar o nome da rua e apagar o nome e a memória do "democrata ardente", Dr. Pereira Caldas. Numa visão premonitória, muito gostava o ilustre professor de citar os conhecidos versos de Camões: «o favor, com que mais se acende o engenho, / Não o dá a pátria - não». Mas quis a roda da Fortuna que, a seis de outubro de 1988, já no Portugal democrático, a Câmara Municipal de Braga retirasse, de novo, do pó dos arquivos este nome e, assim, possamos continuar hoje a recordar, embora numa outra artéria da cidade, "o bibliófilo notável, o democrata ardente, o sábio professor" do Liceu Nacional de Braga, Dr. Pereira Caldas.

  • NOTAS

    1  Arquivo da Escola Secundária de Sá de Miranda.
    2 Silva, Innocêncio Francisco da, Dicionário Bibliográfico Português.
    3 Oração Escholar, 1886.
    4 Mendonça, Aníbal, Ao Compasso das Semanas... Crónicas de Braga, coleção 4 Ventos, Livraria Cruz, Braga, 1958.
    5 Idem, Ibidem.
    6 Livro reeditado pela Fundação Bracara Augusta.
    7 Martins, Luís Carlos Coelho, As Farpas e a Sociedade Democrática e Recreativa de Braga, Suplemento Cultural, Diário do Minho, 27 de Abril 2005.
    8 Bellino, Albano, Inscripções Romanas em Braga, 1895.
    9 Ata do Arquivo Municipal de Braga.
    10 Ata do Arquivo Municipal de Braga.BIBLIOGRAFIA
    ARQUIVO da Escola Secundária de Sá de Miranda, Braga
    ARQUIVO MUNICIPAL de Braga
    BIBLIOTECA NACIONAL, Lisboa
    BIBLIOTECA MUNICIPAL de Braga
    Bellino, Albano, INSCRIPÇÕES ROMANAS EM BRAGA, (Inéditas), typografia Lusitana, Braga, 1895
    COMÉRCIO do MINHO, Braga
    CORREIO do MINHO, órgão do Partido Progressista, Braga
    Caldas, Padre António José Ferreira, GUIMARÃES, Apontamentos para a sua história, Vol. I, typ. de A. J. da Silva Teixeira, Porto, 1881
    Caldas, José Joaquim da Silva Pereira, ORAÇÃO ESCHOLAR no anno lectivo de 1886, typ. de Bernardino A. de Sá Pereira, Braga, 1886
    Nóvoa, António, Santa-Clara, Ana Teresa, LICEUS DE PORTUGAL, 1ª edição, Edições ASA, Grafiasa, Porto, outubro de 2003
    Silva, Innocêncio Francisco da, DICIONÁRIO BIBLIOGRÁFICO PORTUGUÊS, tomos IV e XIII, Imprensa Nacional, Lisboa, MDCCCLX - MDCCCLXXXV* Licenciado em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras da universidade de Coimbra e professor da Escola Secundária de Sá de Miranda.

Esta área, destinada à publicação do catálogo do Espólio de Pereira Caldas, encontra-se em construção!

Uma vez que se procedeu a uma revisão do mesmo, levada a cabo pela Drª Andreia Pacheco de Azevedo, Mestranda em Património Cultural na Universidade do Minho, e estagiária na Biblioteca da Escola Sá de Miranda.

CATÁLOGO DO ESPÓLIO DE PEREIRA CALDAS

0 - GENERALIDADES. CIÊNCIA E CONHECIMENTO. ORGANIZAÇÃO. INFORMAÇÃO. DOCUMENTAÇÃO. BILITECONOMIA. INSTITUIÇÕES. PUBLICAÇÕES


01 - CIÊNCIA E TÉCNICA BIBLIOGRÁFICA. BIBLIOGRAFIAS. CATÁLOGOS


Portugal. Academia das Ciências de Lisboa

Catalogo das publicações da Academia Real das Sciencias de Lisboa que se acham á venda nas lojas dos seus commissarios... - Lisboa: Typ. da Academia, 1865. - 63 págs.; 20 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 01 CAT


[AA. VV]
Catálogo dos livros que se hão de arrematar... - Lisboa: Typ. Universal, 1868. - 93, [1] págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 01 CAT


014 - BIBLIOGRAFIAS DE OBRAS COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

CABRAL, Alfredo do Valle
Bibliographia Camoneana: resenha chronologica das edições das obras de Luis de Camões e das suas traduções impressas, tanto umas como outras, em separa. - Rio de Janeiro: [s.n.], 1880. - 53 págs.; 17 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 014 CAB

017 - CATÁLOGOS EM GERAL. CATÁLOGOS DE ASSUNTO. CATÁLOGOS SISTEMÁTICOS OU CLASSIFICADOS. CATÁLOGOS ALBÉTICOS DE ASSUNTOS


CARVALHO, Artur Humberto da Silva (1864-1907)

Catalogo das obras do XV seculo pertencentes à Bibliotheca publica Municipal do porto. - Porto: Imprensa Civilisação, 1897. - 92, [1] p.: 1 il., 1 estampa; 24 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 017 CAT

Imprensa Nacional de Lisboa
Catalogo de diversas Obras: Que se Vendem nos respectivos armazens e livrarias de seus Commissários. - Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1879. - 41, [6] págs.; 20 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 017 CAT

050 - PUBLICAÇÕES SERIADAS. PERIÓDICOS. FUNÇÃO, GESTÃO COMERCIAL E EDITORIAL


DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs, 1866-1867. - 372 págs; 31 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV


DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs, 1867-1868. - 368 págs; 31 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV

DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs, 1868-1869. - 370 págs; 31 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV

DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs. 1869-1870. - 380 págs; 31 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV

DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs. 1870-1871. - 392 págs; 31 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV

DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs 1871-1872. - 484 págs; 31 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV

DAVID, M. Jules
Journal des dames et des demoiselles: Guide complet de tous les travaux de dames. - Bruxelles: Bruylant-Christophe et compagnie, éditeurs 1872-1873, 580 págs; 31 cm. Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 050(054) DAV

[Autor Anónimo]
Programa e regulamento para a exposição de flores e plantas: Por occasião dos festejos do Centenário da Fundação do Templo do real Sanctuario do Bom Jesus do Monte. - Braga: Typographia Lusitana, 1884. - 4 págs.; 23 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 06 PRO

069 - Museus. Exposições

MARTIALIS, Marcus Valerius (43?-ca 104)
Martialis ex museo Petri scriverii. - Amstelodami: Typis Ludovici Elzevirii, 1650. - 310 págs.: Ass. A2-I5, K-t5, V3; 12 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 069 MAR

1 - FILOSOFIA. PSICOLOGIA


PINHEIRO-FERREIRA, S.
Noções elementares de Philosophia Geral. - Paris: Officina Typografica Fain e Thunot, 1839. - XI, 109 [89] págs.; 22cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 PIN

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo I. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo I: 416 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo II. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo II: 387 págs; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo III. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo III: 376 págs; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo IV. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo IV: 360 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo V. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo V: 419 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo VI. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo VI: 431 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo VII. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo VII: 548 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo VIII. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo VIII: 483 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo IX. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo IX: 476 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
De la Philosophie de la nature ou Traité de Morale pour le Genre Humain - Tomo X. - 7ª ed. - Paris: Gide Libraire, 1804. - Tomo X: 353págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
Philosophie du Bonheur - Tomo I. - Paris: Moutardier, Imprimeur - Libraire, 1822. - Tomo I: 184 págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

SALES, Jean Baptiste Isoard Delisle de
Philosophie du Bonheur - Tomo II. - Paris: Moutardier, Imprimeur - Libraire, 1822. - Tomo II: 383, [4] págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 SAL

ZAGURI, M´arco (1738-1810)
Plano para dar systema regular ao moderno espirito filosofico, ou instruções anecdotas de hum livre pensador. - [Lisboa]: Na Ofic. de Antonio Rodrigues Galhardo, 1784. - XXIX, 313 págs.; 15 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 1 ZAG

11- METAFÍSICA


GENUENSE, António
As instituições da metafysica: accomodadas para uso dos principiantes. - 2ª ed. - Na Typograhia Lacerdina, 1806. - 426 págs.; 15 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 11 GEN


13 - FILOSOFIA DA MENTE E DO ESPÍRITO. METAFÍSICA DA VIDA ESPIRITUAL


BARROS, M. da Conceiçao
Elementos de Methaphisica. - Braga: Typographia Lusitana, 1854. - 82, VI, [1] págs.; 21 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 13(075) BAR


14 - SISTEMAS E PONTOS DE VISTA FILOSÓFICOS


OLAVIDE, Pablo
El evangelio en triunfo, ó história de un filósofo desengañado - Tomo I. - Madrid: En la Imprenta de don Joseph Doblado, 1800. - Tomo I: A-I2, K-t2, V-Z2, Aa-Ii2, Kktt2, Vv-Zz, Aaa-Ii2, Kkk; Tomo I: XX, 440 págs.; 22 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 14 OLA

OLAVIDE, Pablo
El evangelio en triunfo, ó história de un filósofo desengañado - Tomo II. - Madrid: En la Imprenta
de Don Joseph Doblado, 1800. - Tomo II: A-I2, K-t2, V-Z2, Aa-Ii2, Kktt2, Vv-Zz, Aaa-Ii2, Lll2; Tomo II: 459 págs.; 22 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 14 OLA

OLAVIDE, Pablo
El evangelio en triunfo, ó história de un filósofo desengañado - Tomo III. - Madrid: En la Imprenta de Don Joseph Doblado, 1800. - Tomo III: A-I2, K-t2, V-Z2, Aa-Ii2, Kktt2, Vv-Zz, Aaa-Ggg2; Tomo III: 420 págs.; 22 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 14 OLA

OLAVIDE, Pablo
El evangelio en triunfo, ó história de un filósofo desengañado - Tomo IV. - Madrid: En la Imprenta de Don Joseph Doblado, 1800. - Tomo IV: A-I2, K-t2, V-Z2, Aa-Ii2, Kktt2, Vv-Zz, Aaa-Fff; Tomo IV: 406 págs.; 22 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 14 OLA

16 - LÓGICA. EPISTEMOLOGIA. TEORIA DO CONHECIMENTO. METODOLOGIA DA LÓGICA


CONDILLAC
La Logique, ou Les premiers Developpements de L'Art de penser. - 6ª ed. - Paris: Brunot-Labre, Libraire de l'Université, 1835. - 218 págs.; 18 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 16 CON


FORTES, Manoel de Azevedo
Logica racional, geometria, e analitica: Obra utilissima, e absolutamente necessaria para entrar em qualquer sciencia, e ainda para todos os homens, que em qualquer particular, quizerem fazer uso do seu entendimento, e explicar as suas idéas por termos claros, proprios, e intelligiveis. dedicada ao serenissimo senhor D. António, infante de Portugal. - Lisboa: Na Offic. de Jozé António Plates, 1744. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 16 FOR

GENUENSE, António, e Miguel Cardozo 
As instituições da lógica escritas para o uso dos principiantes. - 2ª ed. - Lisboa: Na Typografia Lacerdina, 1806. - 300 págs.; 15 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 16 GEN

GOMES, Miguel Justino de Araújo
Taboa synoptica do livro 1º da logica de Genuense. - Braga: Typografia Bracarense, 1842. - 5 tabelas desdobráveis; 17 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 16 GOM

[Autor Anónimo]
Notas a logica de Genuense. - Typografia Commercial Portuense, 1837. - 256 pg.; 19 cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 16 NOT

STOCKLER, Francisco de Borja Garção (1759-1829)
Liçao Duodecima dos Elementos de Geometria philosophica. - Lisboa: Impressão Regia, 1819. - 24 págs.; 21cm. - Cota: ESSM BE/A (RES) (PC) 16 STO

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